Thursday, October 30, 2014

É para manter, como é evidente.

Esclarece Teixeira dos Santos, o então Ministro das Finanças da altura do 1º Ministro Sócrates, o seguinte sobre os cortes salariais da função pública:

«- A proposta de redução dos salários, em média dos 5%, é operada em 2011, é para manter-se a partir de 2011. É para ficar, como é evidente. Não é?»

Responde o 1º Ministro:

«- Claro.»

E justifica-se o Ministro das Finanças, da interrupção que fez ao Sr. 1º Ministro:

«- Eu penso que podia haver dúvidas quanto ao entendimento daquilo que foi dito pelo Sr. 1º Ministro»

Atende então o 1º Ministro ao "pedido de aclaração", da seguinte forma:

«- O que eu entendi da sua pergunta (do jornalista) é se em 2012 se fariam outras reduções. Não, a resposta é: Não. A resposta é: Faz-se uma redução salarial em 2011 e depois, para 2012, temos as negociações, que todos os anos ocorrem para os salários na função pública»

Ficava assim claro que os salários da função pública sofreriam um corte permanente nos moldes em que fora definido.

Agora temos que os salários voltam aos níveis "por inteiro", durante uns meses enquanto não se acerta na percentagem constitucional, e que por inteiro se entende como o valor antes dos "cortes permanentes de Sócrates".

Também há um plano do Governo neo-liberal do Sr. Passos Coelho para repor totalmente os salários, de forma progressiva durante cinco anos. O totalmente também se refere a volores antes dos "cortes permanentes de Sócrates".

Não Sr. Teixeira... afinal não era assim tão evidente. Por estas bandas parece que permanente é temporário, temporário é permanente, e irrevogável é... nem sei bem. O ar é de todos, e o significado das palavras aparentemente também.